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28/02/2023

Sergipe propõe reajuste de 13,5%



Filiados e filiadas do Sinasefe Sergipe se reuniram em assembleia geral unificada na manhã de ontem, dia 27, com uma pauta intensa, onde discutiram a proposta de reajuste apresentada pelo Governo Federal, plano de carreira e o Edital Mulheres.

Monique Elles, servidora do IFS Campus São Cristóvão e coordenadora de Formação Política e Sindical do Sinasefe Sergipe, apresentou a proposta de reajuste salarial apresentada em 16 de fevereiro pelo Governo Federal, composta pela aplicação de 7,8% de reajuste sobre o salário atual a partir de 1º de março e passar o auxílio-alimentação de R$ 458 para R$ 658 (clique aqui e confira a íntegra da proposta).

O filiado Guthiêrre Araújo, do IFS Campus Aracaju, informou que o Fonacate preparou uma contra-proposta pedindo reajuste salarial de 13,5% e ajuste do auxílio-alimentação pelo IPCA. Ele destacou que a negociação está dividida em duas partes: a negociação emergencial, para aplicação já em março/abril, para valer para 2023; e a negociação salarial para valer a partir de 2024.

“O prazo para fechar a negociação para reajuste ainda em 2023 é maio. Ali, as portas se fecham pois começa a ser discutida a LOAS do ano que vem. Não podemos correr o risco de ficar sem reajuste”, disse. “Por isso, temos que ser objetivos e, talvez, até um pouco flexíveis para as conquistas para este ano ainda e, para 2024 em diante, temos tempo hábil de sermos firmes com nossas conquistas”, reforçou Guthiêrre.

Dentro dessa perspectiva, o aposentado Herivelto Coelho trouxe a sugestão de vincular o reajuste salarial à inflação para 2024 em diante. “O Governo Federal já disse que o reajuste do salário mínimo irá ser a inflação e mais um percentual. Podemos vincular nosso reajuste a essa conta”, disse.

O filiado Raimundo Conceição, do IFS São Cristóvão, criticou a proposta do Governo Federal, propondo que fosse rejeitada no todo, pois há possibilidade de o governo ampliar esse reajuste. Ele ainda chamou a categoria à reflexão para não se esquecer de que, na mesa de negociação, temos que ser trabalhadores lutando por direitos, não apoiadores do governo.

Depois de intensa participação e discussão dos presentes, Sergipe fechou a proposta de reajuste salarial de 13,5% e tirar o auxílio-alimentação dessa conta e colocá-lo na rubrica própria, como pontuado pela filiada Daniele Souto, que trabalha na Reitoria. “Há uma verba de custeio própria para o auxílio-alimentação. Desvinculando-o da verba alocada para reajuste salarial, como tem que ser, conseguimos um respiro para ser aplicado ao salário”, disse.

A base agora aguarda o resultado da rodada de negociação, que deve acontecer hoje, e da 179º edição da Plenária Nacional do SINASEFE (PLENA), que vai acontecer no dia 3 de março. Sergipe será representado por Monique Elles e Rafael Neto, do IFS Campus São Cristóvão, indicados pela direção; e por Antonio Fernando Santos e Viviane Frederico, ambos do IFS Campus São Cristóvão, indicados pela base.

Carreira

Outro ponto que a base discutiu foi o Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE). Foi ponto comum a todos que plano de carreira tem que entrar nas negociações com o Governo Federal para a partir de 2024.

As participantes e os participantes do Grupo de Trabalho sobre Carreiras – Técnico/a Administrativo/a em Educação (GT Carreira TAE) estiveram na assembleia e apresentaram os resultados de sua primeira reunião, que aconteceu no último dia 23 (clique aqui para conferir). Eles pontuaram que há uma necessidade emergencial de revisão.

“É preciso levar em consideração os tempos de trabalho e de vida necessários para se aposentar, que foram ampliados com a reforma previdenciária”, comentou Daniele Souto, Reitoria e membro do GT Carreira TAE. “Hoje, com essa ampliação, você atinge todos os níveis da carreira na metade do tempo de trabalho, praticamente. E então você segue sem perspectiva de melhoria e crescimento até a aposentadoria”, disse Leonardo Dias, do IFS Campus São Cristóvão e membro do GT Carreira TAE.

Ele também destacou a necessidade de aplicação da RSC para os/as TAEs. “Afinal, o IFS nos vê como educadores também, mesmo que de forma indireta. Nada mais justo que tenhamos RSC também”, comentou.

Dentre as propostas a partir da discussão no GT e com a assembleia, foi pontuada a necessidade de se realizar um seminário sobre carreiras com a base, para ampliar ainda mais as avaliações e consolidar uma proposta real do plano de carreiras. Foram pontuadas também as discussões sobre gratificações, jornada de 30 horas, licenças prêmio e capacitação e redução de jornada de trabalho.

Além do GT Carreira TAE, também foi criado, na assembleia do dia 3 de fevereiro, o GT Carreira Docente. Todo/a e qualquer filiado/a pode participar dos GTs. Filiados e filiadas tem reconhecido a importância da participação nas discussões, assim como Almí Costa, do IFS Campus São Cristóvão, que se somou ao GT Carreira TAE.

Compõem o GT Carreira TAE: Almí Costa, IFS Campus São Cristóvão; Ana Paula Leite, IFS Campus Lagarto; Antônio Fernando Santos, IFS Campus São Cristóvão; Bárbara Tatiana, IFS Campus Aracaju; Daniele Rodrigues, Reitoria; Guthiêrre Araújo, IFS Campus Aracaju; Leonardo Dias, IFS Campus São Cristóvão; Mateus Vasconcelos, Reitoria; e Orlando Ferreira, IFS Campus Aracaju.

Compõem o GT Carreira Docente: José Correia Neto, IFS Campus São Cristóvão; José Dantas Gusmão, IFS Campus Glória; e Maria Arlinda Castro Santos, IFS Campus Lagarto.

Mulheres

A coordenadora geral do Sinasefe Sergipe, Ana Paula Leite, servidora do IFS Campus Lagarto, fez um balanço da realização dos editais já executados pelo sindicato desde 2019, como o Mulheres, Diversidade e Novembro Negro. Eles aconteciam contemplando, em média, dez projetos coordenados por um filiado ou uma filiada, incluindo projetos da comunidade externa e realizados com a comunidade do IFS.

Ana Paula Leite ressalta que a política dos Editais adotada pela Diretoria Executiva do Sinasefe Sergipe se constitui mecanismo de reconhecimento das demandas sociais que atravessam o cotidiano e as experiências das mulheres, da população negra e LGBTQIA+, interserccionadas pelos marcadores de gênero, raça, classe, sexualidade, entre outros. E também de valorização das pautas específicas desses agrupamentos sociais, estimulando o envolvimento da base de filiadas/os e demais pessoas da comunidade do IFS e sociedade em geral a se somar nessas lutas, desenvolvendo ações, programas e projetos.

A base presente discutiu vários pontos, entre eles o financeiro, lembrando o grande compromisso da construção da sede nova, mas sempre destacando a importância da realização de ações como essa. “Esta é uma das ferramentas para desmontar a bomba do neofascismo, armada e instalada em nossa sociedade. Alguns tem a sensação de não ser uma luta do sindicato, mas são temas que perpassam a vida do trabalhador e da trabalhadora”, disse Wilian Siqueira, do IFS Campus Aracaju.

Após a discussão, a base definiu que o Edital Mulheres, que será lançado ainda hoje, contemplará oito projetos com o valor de mil reais para cada. Serão três projetos na região metropolitana, que engloba os campi Aracaju, Socorro e São Cristóvão e a Reitoria; e cinco projetos que abrangerão os demais campi.

“É um instrumento de luta por uma sociedade mais justa e igualitária, que é a base da luta do trabalhador e da trabalhadora”, disse Monique Elles, do IFS Campus São Cristóvão e coordenadora de Formação Política e Sindical do Sinasefe Sergipe.

A assembleia também definiu a comissão avaliadora do Edital Mulheres 2023, composta pelas filiadas: Ana Paula Leite, IFS Campus Lagarto; Elizete Ferreira, IFS Campus São Cristóvão; Margarida Rolemberg , aposentada, IFS Campus Aracaju; Monique Elles, IFS Campus São Cristóvão.

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