No último dia 20 de abril, professores e professoras tiveram que ouvir do deputado federal Ricardo Barros, líder do desgoverno na Câmara, que eles são os únicos que “não querem trabalhar na pandemia”, que o “profissional de saúde está indo trabalhar, o profissional do transporte está indo trabalhar, o profissional da segurança está indo trabalhar, o pessoal do comércio está indo trabalhar, só professor que não quer trabalhar".
Uma das perguntas que surgem é ‘onde que ele ouviu que o professor não está trabalhando?’. Desde o início da pandemia, professores e professoras em todo o país vem atuando arduamente para que os alunos não fiquem sem aprendizado, usando recursos pessoais para tentar manter o contato com seus alunos para manter um apoio educacional e psicossocial.
O que professores e professoras não conseguem fazer é dar acesso, amplo e irrestrito, a tecnologias, equipamentos e à internet a alunos e alunas espalhados nos mais diversos cantos do país, inclusive em lugares onde não há saneamento básico, água, luz, imagina internet. São alunos e alunas que muitas vezes não tem o que comer, será que tem condições de ter smartphones e computadores em casa para que todos os membros que estão em fase escolar consigam acompanhar as aulas remotas? Essas coisas só quem pode fazer é o governo. Inclusive, é obrigação do governo, mas o deputado parece desconhecer este fato.
A irresponsabilidade deste governo provocou a morte de 5.798 profissionais da saúde, do início da pandemia até o dia 7 de abril deste ano, Dia Mundial da Saúde. Estes profissionais começaram a serem vacinados, mas a cobertura até o momento é mínima.
Profissionais da segurança, do transporte, do comércio, entre outras atividades que precisam acontecer presencialmente, seguem expostos, sem calendário vacinal e sem ações efetivas pela vida por parte do desgoverno.
Em fevereiro, escolas das redes particular, municipal e estadual retomaram atividades presenciais e fecharam menos de um mês depois, devido a surtos de Covid-19 em suas unidades. Coincidentemente, o contágio no país aumentou também, levando à retomada de restrições de atividades e deslocamentos.
O direito à educação e à vida são inalienáveis e complementares. Um não pode existir sem o outro. E, pelo visto, o desgoverno não está preocupado com nenhum deles, provando, desde o início de seu mandato, que o genocídio do povo brasileiro é seu principal objetivo e tem aproveitado a pandemia da Covid-19 para isso.
O Brasil já bateu mais de 4.000 mortes por dia, são mais de 391.000 mortos desde o início da pandemia. O desgoverno já mostrou que não está nem um pouco preocupado e o brasileiro e a brasileira que lute para sobreviver. E é isso que professores e professoras estão fazendo: protegendo a si, a suas famílias, seus alunos, as famílias de seus alunos. Professores e professoras estão fazendo muito mais pelo país do que este desgoverno. Na verdade, sempre fizeram.