No último dia 3 de junho a Gestão ‘Atento e Forte: coragem e resistência’ cravou seu primeiro ano na condução do Sinasefe Sergipe. Foram 365 dias intensos, marcados pela luta em defesa da democracia e da cidadania, atravessados por muitos desafios estruturais da conjuntura política, econômica e social no país, além dos desafios enfrentados no cotidiano das relações e condições de trabalho no IFS e nas rotinas administrativas, financeiras e políticas no dia a dia da entidade sindical.
Para abrir os trabalhos, a gestão teve que enfrentar decisões autoritárias e atropeladas que feriram e comprometeram a defesa da democracia no IFS, no contexto das eleições para Direções gerais dos campi e Reitoria. A direção do Sinasefe Sergipe não mediu esforços e atuou de forma jurídica, administrativa e política. “Cobramos posição e atitudes da Comissão Eleitoral Central e das Comissões Eleitorais Locais para garantir um processo democrático nessas escolhas. Preparamos um debate entre os candidatos à Reitoria, que infelizmente não aconteceu. Não nos furtamos ao nosso papel ético, político e social e seguimos atentos e fortes na nossa luta”, lembrou Ana Paula Leite, coordenadora geral do Sinasefe Sergipe e servidora do IFS Campus Lagarto.
Ciente de seu papel na sociedade, o Sinasefe Sergipe atuou firme na luta contra os ataques, retrocessos e toda destruição que o bolsonarismo causou no país e na vida das pessoas, mobilizando sua base para se somar nessas lutas e na defesa da democracia, da vida, das políticas públicas, das necessidades da classe trabalhadora, do amor.
Presença marcante nos atos e ações pelo ‘Fora Bolsonaro’, também atuou firme nas disputa da narrativa e de projeto sociopolítico para o país durante as eleições, quando envolveu sua base na construção de ações aprovadas no maior Congresso nacional da categoria, o CONSINASEFE, pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, atual Presidente da República. “Este foi o caminho para protegermos a nossa democracia, a liberdade de nossa nação. Para proteger as conquistas históricas de trabalhadores e trabalhadoras e para garantir que possamos continuar lutando por tantas outras que ainda precisamos. Esta não foi uma luta partidária, foi uma luta pelo Brasil”, destacou José Correia Neto, coordenador geral do Sinasefe Sergipe e servidor do IFS Campus São Cristóvão.
A prova disso foi a criação da mesa de negociação entre servidores federais e o Governo Federal, que conseguiu algumas conquistas para os/as trabalhadores/as já em 2023 e a criação da mesa de negociação já para 2024. Com isso, foi criado o Grupo de Trabalho sobre Carreiras Docente e TAE do SINASEFE. “Este é um grande avanço para nós, trabalhadores e trabalhadoras da educação federal. Estamos discutindo nossas carreiras, para sairmos de uma grande defasagem que nos estanca e não permite que evoluamos enquanto profissionais, fazendo o serviço público definhar”, comentou Jailson Cardozo, coordenador de Administração e Finanças do Sinasefe Sergipe e servidor do IFS Campus Aracaju.
E esses avanços se refletem na luta local. Após uma série de denúncias de filiados e filiadas – e algumas remarcações -, o Sinasefe Sergipe conseguiu se reunir com setores da gestão do IFS - a Prodin e a Progep - para cobrar ações sobre a suspensão, negação e cancelamento de pagamentos referentes aos adicionais insalubridade e periculosidade. “Questionamos essas ações, pois não fazem sentido e não tem aplicabilidade. Propusemos outras formas de avaliarem a aprovação desses adicionais, como visitas técnicas aos locais de trabalho dos solicitantes dos adicionais, para verificar o ambiente, ouvir trabalhadores e trabalhadoras”, informou José Dantas Filho, suplente da Direção Executiva do Sinasefe Sergipe e servidor do IFS Campus Glória.
A defesa e a manutenção da democracia são tão importantes que o Sinasefe Sergipe tem atuado para ampliá-la dentro da própria casa. A criação do Conselho de Representantes é uma forma de fazer isso. “Nossa ideia é termos um/a representante em cada campus do IFS. Este ou esta representante vai estreitar ainda mais nossa relação com a base, especialmente nas unidades que estão mais distantes de Aracaju, onde fica a sede do Sinasefe Sergipe. Isso vai levar as decisões e ações do sindicato de forma mais rápida à base, bem como vai nos trazer as demandas daquele campus de forma mais ágil, permitindo que nossas ações aconteçam de forma mais incisiva e eficiente”, reforçou Antônio Rafael Neto, suplente da Direção Executiva do Sinasefe Sergipe e servidor do IFS Campus São Cristóvão. Os campi estão em processo de escolha de seus/suas representantes.
Relações com a base
A caminhada foi de muitos desafios e também de grandes aprendizados. A Diretoria Executiva buscou fortalecer as relações com a base e instigar maior envolvimento nas ações desenvolvidas e lutas encampadas. Como palavra de ordem mobilizou para a participação nos diversos atos e levantes populares. Realizou assembleias gerais com mais frequência, viabilizou a participação de filiadas/os da sua base nas Plenárias Nacionais em Brasília, em encontros e seminários como espaços de formação política e capacitação profissional.
Promoveu momentos culturais e de lazer: 'Forró do Reencontro: só a luta muda a vida', 'Confraternização de fim de ano'; 'Forró da Democracia: com festa e luta'. Buscou ampliar comissões de trabalho e criou outras conclamando a participação da base: Comissão de negociação do reajuste do plano de saúde Unimed; Comissão de construção da nova sede; Comissão de avaliação do Edital Mulheres; Grupo de Trabalho para discutir as Carreiras Docente e Técnica Administrativa; Comissão de Eleição para o Conselho de Representantes do Sinasefe Sergipe nos campi e na Reitoria.
Intensificou o acolhimento jurídico com atendimento virtual e presencial às/aos filiadas/os, articulando suporte em requerimentos administrativos, ajuizando ações necessárias à garantia e à ampliação de direitos, alcançando vitórias judiciais nesse percurso. Também, realizou reunião com a assessoria jurídica e servidoras/es para emitir orientações e traçar estratégias de reivindicações coletivas.
Nova sede e finanças
Todo mundo sabe que sem recursos financeiros não se faz movimento sindical, pois são necessários para poder produzir material para a luta, para formação do trabalhador e da trabalhadora, manter a estrutura do sindicato, entre muitas outras coisas. E falar sobre isso é de extrema importância.
Por isso, a coordenadora de Administração e Finanças do Sinasefe Sergipe, Margarida Rolemberg, servidora aposentada do IFS Campus Aracaju, participou, em abril, do 1º Encontro de Formação de Dirigentes Financeiros/as do SINASEFE. Diretores de seções sindicais de todo o Brasil se reuniram e trocaram experiências sobre a gestão financeira de suas entidades.
“Pude perceber que, graças à luta e à retomada do Sinasefe Sergipe pela sua base e a uma boa condução nas gestões que vêm se seguindo desde 2016, vivemos uma vida financeira saudável, o que, infelizmente, não tem sido uma realidade em algumas seções”, comentou Margarida. “E precisamos seguir vigilantes para manter a saúde financeira e seguir adiante, galgando ainda mais conquistas”, completou.
E a prova disso é que a construção da nova sede já é uma realidade palpável. A obra começou no mês de maio e segue a olhos vistos no canteiro de obras instalado no nosso terreno na rua de Estância, em Aracaju. O prédio de três pavimentos vai contar com auditório, sala de reuniões, área de vivência além de toda uma estrutura para melhor atender filiados e filiadas. A expectativa é de que a obra fique pronta em 12 meses.
Lutas sociais
O Edital Mulheres 2023 foi recebido com muita alegria por filiadas e filiados. Os sete projetos selecionados aconteceram nos campi Aracaju, Estância, Glória, Lagarto, São Cristóvão, Socorro e Tobias Barreto, reunindo servidores, servidoras, estudantes, além da comunidade externa. Foram abordados temas como imagem e empoderamento, literatura, realidades, vivências, gravidez e maternidade precoce, masculinidades e violências de gênero, ciência e saberes populares, entre outros.
“Ficamos muito felizes com a receptividade de nossa base. Sabíamos que havia uma expectativa pela retomada de nossos editais e ficamos muito satisfeitos em ver a resposta de nossos/as colegas em se inscrever, trazer ideias e propostas que envolveram as comunidades interna e externa do IFS”, disse a coordenadora de Formação Política e Sindical do Sinasefe Sergipe, Monique Elles Souza, servidora do IFS Campus São Cristóvão.
“Os temas trazidos e as formas como foram trabalhados engrandeceram ainda mais o Edital. E tudo isso faz parte do movimento sindical. Empoderamento feminino, construção e preservação dos saberes, enfrentamento da violência contra a mulher, tudo isso perpassa a vida da trabalhadora e do trabalhador. E se isso acontece, faz parte de nossa luta”, destacou.
"A nossa Diretoria Executiva levou a discussão do Edital Mulheres para a Assembleia Geral enquanto forma de democratizar as decisões e junto à base deu mais potência à função social do Sinasefe Sergipe, aprovando os temas e estrutura do Edital, bem como criando a comissão de avaliação com a participação de coordenadoras do sindicato e representante da base. Dessa forma, o Sinasefe Sergipe se fortalece e passa a ter maior condição objetiva e subjetiva de atuação nas lutas sociais ao contribuir para que esses projetos sejam desenvolvidos nos diversos campi do IFS. É essa trilha metodológica e democrática que também conduzirá os próximos Editais Diversidade e Novembro Negro a serem publicados ainda neste ano”, salientou Ana Paula Leite, membra da comissão de avaliação do Edital Mulheres.
Vale destacar a participação de Sergipe no Encontro Nacional de Mulheres do SINASEFE, que aconteceu em agosto do ano passado. O Sinasefe Sergipe foi representado por uma delegação de quase vinte mulheres, com participação ativa nas discussões e ações no combate à misoginia, ao machismo, ao fascismo e bolsonarismo.
Seguindo na luta por direitos e igualdade, o Sinasefe Sergipe esteve muito bem representado na segunda edição do Encontro Nacional de Negros, Negras, Indígenas e Quilombolas (ENNIQ), realizado pelo SINASEFE Nacional.
A delegação sergipana foi composta por nove membros, entre homens e mulheres de luta dos campi Aracaju, Estância, Lagarto, São Cristóvão e Reitoria. O ENNIQ proporcionou uma série de debates e discussão, construção de pauta de demandas e reivindicações, além de visitas ao Parque Memorial do Quilombo dos Palmares e à Aldeia Mata da Cafurna.
“É preciso destacar que esta não é uma luta apenas de diretores e diretoras. É uma luta de trabalhadores e trabalhadoras. Não fazemos isso sozinhos e os benefícios não são individuais, de membros e membras da diretoria”, destacou José Correia Neto, coordenador geral do Sinasefe Sergipe.
“Nós somos representantes de nossa base e tudo que conquistamos é para ela. Quando a base fortalece seu sindicato, fortalece a ela mesma. Uma direção sindical atenta e forte é resultado de uma base também atenta e forte. Por isso, seguimos na luta”, finalizou Ana Paula Leite, coordenadora geral do Sinasefe Sergipe.
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